Faltando menos de dois meses para as eleições de 2022 no Brasil um documento da Global Witness, uma ONG internacional, revelou que a Meta, empresa dona do Facebook, não foi capaz de identificar falsos anúncios políticos.
A ONG testou a competência e habilidade do Facebook de captar desinformações referentes a eleições publicando dez posts com anúncios.
Cinco das dez postagens continham informações abertamente falsas sobre a eleição. Como, por exemplo, datas erradas da eleição, invenção de métodos que a sociedade poderia utilizar para votar, etc.
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As outras cinco tinham o objetivo de desacreditar o processo eleitoral do Brasil, envolvendo o sistema de votação eletrônica que o país usa desde 1996.
De todos os dez posts, o Facebook recusou apenas um, porém, logo em seguida o aprovou sem nenhuma ação adicional da Global Witness.
Além das postagens terem informações falsas, elas possuíam outras ‘bandeiras vermelhas’ (gatilhos) e a Global Witness afirma que Meta deveria ter captado e proibido essas publicações.
“Esta é uma proteção que a Meta tem para evitar interferência nas eleições, mas conseguimos facilmente contornar isso”, disse a Global Witness, sem mencionar que publicou os posts de Londres, na Inglaterra, e Nairóbi, no Quênia.
Ao fazer isso, não precisou usar uma VPN ou sistema de pagamento local para mascarar sua identidade. Além disso, os anúncios não apresentavam um aviso de isenção de responsabilidade “pago por”, que a Meta observa que todos os anúncios de “questão social” no Brasil devem incluir até 22 de junho de 2022.

“O que está bem claro a partir dos resultados desta investigação e de outras é que seus recursos de moderação de conteúdo e os sistemas de integridade que eles implantam para mitigar alguns dos riscos durante os períodos eleitorais simplesmente não estão funcionando”, disse Jon Lloyd, consultor sênior da Global Witness.
Um porta-voz da Meta afirmou que “se preparou extensivamente” para as próximas eleições no Brasil. “Lançamos ferramentas que promovem informações confiáveis e rotulam postagens relacionadas às eleições, estabelecemos um canal direto para que o Tribunal Superior Eleitoral (autoridade eleitoral do Brasil) nos envie conteúdo potencialmente prejudicial para análise e continuamos colaborando estreitamente com autoridades e pesquisadores brasileiros ”, relatou a empresa.
É importante ressaltar que essa não é a primeira pesquisa que a Global Witness realiza e aponta erros referente a informações eleitorais no Facebook
No começo de 2022, a ONG fez uma análise parecida durante a eleição do Quênia e o resultado também foi semelhante. Por isso, a Global Witness intimidou a Meta para aumentar e consolidar seus serviços e sistemas de controle a integridade dos conteúdos publicados em sua plataforma.
Via: Engadget
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O post Facebook possui sistema fraco para detectar desinformação em posts eleitorais, afirma ONG apareceu primeiro em Olhar Digital.